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A magia de uma fatia de bolo

Por que somos tão felizes ao redor de uma fatia de bolo?

Por Raquel Arellano
Fotos Cora Food Concept

Quantos sentimentos existem em torno de uma fatia de bolo? Desde o momento em que escolhemos uma receita para preparar em casa ou mesmo quando pedimos uma sobremesa no restaurante depois do almoço, no meio de um expediente corrido, cheio de prazos a vencer e reuniões que parecem não ter fim. O bolo é aquele alimento que te acompanha numa pausa, muitas vezes em dupla com um café recém passado, que perfuma o ambiente. Além de açúcar, farinha, ovos, manteiga, fermento, os bolos também trazem consigo afeto. Em tempos tão duros, é um prazer cada vez mais necessário.

Os primeiros registros de algo que nos remeteria a um bolo vem do Egito Antigo. Uma espécie de pão adocicado, com frutas e geleias, compunha a mesa da sociedade egípcia. Outras fontes apontam também a Era Romana como berço dos bolos, que ganharam esse nome pelo formato redondo, parecido com uma “bola”. E, indo além, temos também a presença do alimento nas mesas fartas da nobreza europeia do século XVI, inaugurando a arte da confeitaria, com bolos decorados, com mais de uma camada, tais quais os emblemáticos bolos de casamento da realeza.

Todo esse passeio pela História, nos trazendo até os dias atuais, só confirma aquilo que já imaginávamos: ao redor dos bolos, sempre existiu um indivíduo (ou mais) desejoso por um momento de deleite, a espera de uma explosão de sabores. E há quem diga que comida não traga felicidade e prazer…

A importância do bolo na nossa vida

A palavra “bolo” engloba uma infinidade de receitas e combinações de ingredientes, geralmente resultando em um alimento adocicado. Analisando quimicamente, o açúcar ativa em nós a serotonina, hormônio responsável pelo humor e sensação de bem-estar. É como se, ao saborearmos aquela incrível fatia de torta com chocolate e frutas vermelhas, fôssemos invadidos por uma onda de alegria, daquelas que tiram qualquer pessoa da bad trip (ainda que momentaneamente). “HMMMMMMMMM” é aquela reação imediata. Eu aposto que deve ter gente salivando só de imaginar essa cena.

Ao longo do tempo, os bolos foram se tornando acessíveis a todos, graças à industrialização dos alimentos. Essa é uma informação muito interessante principalmente se cruzarmos com a nossa história, levando em conta os costumes nas diferentes regiões do Brasil. Os bolos tradicionais em nosso país levam em consideração a oferta de insumos (aipim, laranja, milho, por exemplo) bem como as influências dos povos que passaram por aqui (portugueses, espanhóis, africanos…). A comida também é a materialização de um recorte histórico, que vai passando de geração em geração, e isso é muito mágico!

Os cadernos de receitas

Na casa dos meus pais, há um caderno de receitas composto por recortes de revistas, anotações que minha avó fazia ao ouvir dicas culinárias na rádio enquanto comandava as panelas, e também dos programas de TV que assistíamos ao longo da tarde. Esse caderno tem mais de 30 anos e algumas de suas páginas, amareladas pelo tempo, também trazem respingos de gordura e marcas de manuseio (as mãos sujas de farinha, que teimavam em tocar as páginas do caderno enquanto receitas eram preparadas). Graças a esses compilados de registros, gerações puderam reproduzir receitas de seus antepassados. Mas foi também nas cozinhas, na prática, que essas receitas se tornaram vivas, atravessando as décadas.

Tenho uma recordação muito gostosa com bolo que gostaria de compartilhar com vocês (e que vai justificar algo que penso muito em relação à comida): uma receita de bolo marmorizado, que minha mãe fazia de cabeça, usando um copo de requeijão como medidor, e que sempre dava certo. O jeito que ela batia tinha um segredo, que era só dela. Eu e meu irmão adorávamos acompanhar aquele processo, sempre com muita atenção e torcendo para que pudéssemos raspar a massa na tigela onde foi feita a mistura. Aguardar os 40 minutos em que o bolo estava no forno era quase uma tortura, pois a casa inteira era invadida por um perfume daqueles que sentimos ao passar na frente de uma casa de bolos. Fôrma recém saída do fogão, “calma, menina, vai ter dor de barriga”. Era impossível esperar esfriar.

Ainda hoje faço a receita desse bolo em minha cozinha e toda vez que isso acontece é como se pudéssemos voltar no tempo, de inocência e calma. Pura nostalgia.

Por que amamos tanto bolos caseiros?

A oferta de bolos nas prateleiras dos mercados é grande. Mira-se no consumidor que não tem tempo de fazer ou não tem lá muitos dotes com a cozinha. Além dos bolos, as famosas misturas prontas, que vem mudando seu posicionamento gradativamente para uma proposta “com gostinho de bolo de vó”. Vivemos um paradoxo: ao mesmo tempo em que a vida anda corrida e cozinhamos cada vez menos, seja por cansaço ou por priorizarmos outras atividades, somos incentivados constantemente pelos reality shows e programas de auditório na TV a fazer a nossa própria comida. E, para não carregarmos uma culpa tão grande, nos rendemos ao híbrido “bolo caseiro feito na lojinha”. Aquele bolo que marca presença no encontro dos amigos, no aniversário para os mais chegados, no café da firma. Talvez isso explique a explosão de casas de bolo espalhadas pelo país.

Esse dado talvez confirme, também, a nossa paixão por bolos, principalmente os tradicionais. Os mais vendidos costumam ser: bolo de cenoura, milho, banana, chocolate. E por que estamos consumindo tantos bolos com essa proposta? Talvez seja uma necessidade de acolhimento no meio do dia, ao sair do expediente? Ou então uma pessoa que mora sozinha e que não consegue dar conta de um bolo feito em casa mas não quer abrir mão desse sabor de infância? Independente da resposta, somos levados a crer (novamente) aquilo que já falamos no começo do artigo: o bolo reúne, “abraça” e faz feliz.

Depois de toda essa conversa, compartilho com vocês uma receita que foi dividida comigo acompanhada de uma história. “Esse é o melhor bolo de iogurte que você vai comer na sua vida”, disse meu amigo. “A receita é da minha mãe, que preparava o bolo com muito carinho para os lanches com a minha avó”. De fato, foi um dos melhores bolos que eu já comi, não somente pela textura macia e fofa da massa mas também pelo ingrediente especial que não está à venda nas prateleiras dos mercados: amor.

Bolo prático (que você faz no liquidificador ou batendo bem à mão mesmo), podendo incluir ingredientes a mais na massa (nozes, banana, o que você achar legal). Desde que recebi a receita, já a espalhei para meio mundo. E agora convido vocês a fazer também.

Bolo de Iogurte

Ingredientes
4 ovos
1 copo de iogurte natural integral (170g)
1 colher (sopa) de extrato de baunilha
1 xícara de óleo
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó
açúcar de confeiteiro e frutas vermelhas para decorar
mistura de açúcar com canela para polvilhar a forma
Modo de Preparo
Unte uma forma redonda e polvilhe a mistura de açúcar e canela.
Bata no liquidificador: os ovos, o iogurte, o óleo e o extrato de baunilha.
Em uma tigela grande, misture o açúcar, a farinha e o fermento em pó.
Junte a massa líquida aos ingredientes secos, mexendo delicadamente até obter uma mistura homogênea. Não precisa bater.
Despeje a massa na forma e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC por aproximadamente 40 minutos. Faça o teste do palito para checar se está assado por igual.
Peneire açúcar de confeiteiro por cima do bolo e decore com frutas vermelhas. Nós usamos morango, framboesa e amora.
Sirva ainda quentinho.

Sou *RAQUEL ARELLANO, editora do Raquelícias, site que há 9 anos compartilha receitas e outras gostosuras. Historiadora, analista de marketing e cozinheira amadora. Trabalho contando histórias na internet e sempre em busca das coisas boas da vida.
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