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Bonita de pele

Jana Rosa conta como entendeu o poder do ritual e como todo esse boom da beleza tem menos a ver com produtinhos e mais a ver com parar, se cuidar, se olhar e dedicar uns minutos a si mesma

Por Layse Barnabé de Moraes
Ilustração Karla Andrade

A Jana Rosa já foi blogueira, mochileira, apresentadora da MTV, idealizadora da marca Agora que Sou Rica e atualmente mergulhou fundo no mundo da beleza, do skincare e do autocuidado, sendo dona e proprietária da @bonitadepele: “Eu tenho Marte em Câncer e só faço as coisas por amor e com emoções envolvidas. É ótimo, mas também ruim, porque quando sinto que uma coisa já deu, eu simplesmente paro ela e faço outra coisa. A parte boa é que na vida a gente se apaixona por várias coisas, ideias e pessoas e uso isso no trabalho. A cada nova paixão eu tento colocar todas as energias e fazer aquilo com propósito. Já fiquei culpada por não ter uma vida linear, tipo nasci, estudei e sempre trabalhei com a mesma coisa, mas acho que é bem millennial ficar tentando de um tudo também”, ela conta.
A vida criativa dessa canceriana, que achava que tinha ascendente em Áries e chorou nos stories ao descobrir que na verdade era em Peixes, consegue se apropriar do humor e de uma ironia fina como poucos – talvez isso explique, aliás, o porquê do boom tão rápido da Bonita de Pele. O certo é que essa viciada em criar projetos se comunica de uma forma que alcança e conquista: “O amor, a paixão por criar coisas e viver uma vida criativa… sempre foi o meu sonho viver disso. Quando eu era criança, lembro de ficar olhando um cano daqueles que colocam dentro de parede para passar água e ficar pensando ‘o que eu posso criar com esse cano? Talvez uma escultura? Ou uma máquina que vai me deixar rica?’. Minha mãe foi muito impecável criando eu e minha irmã com muita liberdade e dando todo o espaço possível para a gente ser ‘artista’. Agora somos essas pessoas muito de humanas que criam projetos”, relembra ela.

Retorno de Saturno das bonis

“A bonita de pele é o projeto que eu consegui fazer na ‘maturidade’, usando tudo que aprendi, vivi, amei, sofri, odiei nos 20 anos. Depois do Retorno de Saturno, fiz 30 anos e criei minha marca de acessórios, Agora que sou rica, mas eu sentia que queria um projeto para criar conteúdo e não produtos. Queria disponibilizar algo para as pessoas consumirem de graça, e aí juntei tudo que eu sabia fazer e fiz a Bonita de Pele, que é uma comunidade de troca de experiências e conteúdos de beleza”, explica Jana.
Falando diariamente para mais de 200 mil seguidores, a maioria mulheres, no perfil da Bonita de pele no Instagram, a plataforma escolhida para o projeto, Jana fala de beleza e cuidado de si de uma forma leve, acessível, informativa e não ditadora. Ali, não há padrões a serem seguidos e há, a todo tempo, a preocupação em abarcar a maior possibilidade de vivências, falando de igual para igual entre inseguranças, roubadas e bons momentos: “Eu me divido, como muitas mulheres, entre os momentos em que me sinto super incrível e empoderada e maravilhosa e os momentos em que me sinto feia, que acho que tenho que buscar uma perfeição, que tenho que dar conta de tudo e não estou dando conta de nada. O trabalho com o universo da beleza pode muitas vezes colocar a gente numa roubada, mas também pode ser sobre amor próprio e momentos de você se cuidando e fazendo rituais. Enfim, uma loucura que eu tento organizar na cabeça”.

Todos os dias aprendo com essa comunidade de pessoas apaixonadas por beleza novas maneiras de fazer uma rotina cheia de amor próprio e autocuidado

Por Jana Rosa

Fiquei dias escrevendo e apagando textos sobre rituais de cuidados com a pele. Confesso que me senti uma farsa: como posso trabalhar com isso e não conseguir escrever uma linha decente sobre o tema? Exausta de tentar enaltecer ou problematizar esse meu momento da beleza, me perguntei o que é um ritual de cuidados com a pele para mim.
Essa resposta só pode ser em primeira pessoa mesmo. Veja bem, para mim, cuidar da pele é um trabalho, mas, antes disso, é automático, e sempre foi automático demais. É que, no meu caso, comecei aos 12 anos e posso contar nos dedos os dias que não passei protetor solar na vida ou que dormi sem tirar a maquiagem. Sério, até quando chego em casa depois da melhor festa do mundo, quase ao meio dia, muitos drinks depois, tenho a maturidade de passar pelo menos um lencinho demaquilante no rosto, já deitada na cama.

Eu comecei porque minha mãe, vó e tia tinham a pele muito manchada e eu queria usar protetor solar para não manchar a minha… mas na verdade era um assunto que sempre gostei: igual escovar os dentes todos os dias, cuidar da pele todos os dias. Outro dia minha prima me lembrou que minha vó dizia para a gente “cuidem da pele para não ficarem enrugadas como eu”! Eu não lembrava, mas achei lindo, porque talvez tenha sido isso também que me fez gostar desse assunto. E amo muito as ruguinhas da minha vó, ela é a maior bonita de pele para mim.
No começo do projeto eu achei que ia falar só sobre mim, sobre minha rotina e os produtos que eu gostava. Era para ser uma coisa bem pequena, para quem gostasse de produto de beleza me seguir, mas logo eu percebi que não era sobre mim… era sobre as pessoas e as experiências delas com beleza e autoestima. O que importava eram essas vivências diferentes, e aí foram aparecendo milhares de mulheres, e alguns homens também, que amam falar sobre beleza e eu ainda estou chocada com quanta gente aparece todos os dias para compartilhar sobre isso.
Nunca tinha pensado em cuidar da pele como um ritual porque sempre tive essa consciência e essa praticidade do “tem que fazer e ponto”, algo que sei que não é comum para muitas pessoas. Lembro a primeira vez que percebi que aquilo podia ser um ritual… estava começando a pesquisar sobre a rotina coreana e os 10 passos de produtos que elas usavam todas as noites e decidi me empenhar em fazer igual. Me fechei em um mundo em que não via a hora de chegar em casa para ficar usando meus 10 produtos e fiquei um pouco obcecada por isso. Quando algum amigo perguntava o que eu tinha feito que a minha pele estava ótima, eu respondia: “É que meu hobby é cuidar da minha pele”.
Esse hobby fez eu me apaixonar pelo momento ritual e descobri que aos finais de semana tudo ficava mais especial quando podia fazer uma esfoliação e hidratação corporal, máscara no cabelo e no rosto, usar todos os meus creminhos, passar um dia, ou horas, me sentindo linda e me cuidando.
Todos os dias aprendo com essa comunidade de pessoas apaixonadas por beleza novas maneiras de fazer uma rotina cheia de amor próprio e autocuidado. Recebo mensagens de mulheres falando como cuidar da pele melhorou a autoestima, mesmo com a consciência de que ninguém tem a pele perfeita e que todas temos nossas marcas, manchas, rugas. Entendi o poder desse tal de ritual, que é um momento das pessoas pararem o que estão fazendo nessa vida louca e se cuidarem, se olharem, dedicarem alguns minutos a elas mesmas. Também entendi que nem todas as pessoas querem fazer rituais de beleza e tudo bem não querer. E nem todas as pessoas podem se dar ao luxo de fazer rituais de beleza, isso é um grande privilégio que muitas vezes envolve tempo e dinheiro.
Falar sobre cuidados com a pele e rituais de beleza virou meu trabalho principal, e só agora escrevendo esse texto percebi como eu mesma tenho esquecido de fazer os meus rituais na correria que é o dia a dia… Então vou terminar contando o que para mim é o melhor dos rituais, para fazer em um domingo bem especial.
Acordar sem despertador e fazer uma esfoliação corporal maravilhosa no banho. Lavar o rosto, depois tonificar e fazer sua melhor máscara facial. Seria tudo hidratar o cabelo enquanto tudo isso acontece e, já sem as máscaras, usar um óleo corporal ou hidratante bem cheiroso, tudo isso ouvindo a playlist mais especial que grudou na cabeça durante a semana. Depois hidratar bem o rosto, passar um protetor solar e aproveitar o resto do dia na rua. Mas confesso que às vezes iria querer arrumar a casa ou fazer uma boa faxina, voltar a dormir, ler um livro, assistir Netflix… O melhor desse ritual é que é o que eu desejo hoje, mas talvez quando chegar domingo ele nem faça mais sentido e eu fique com vontade de me cuidar de um outro jeito. Afinal, não existem regras, é o seu momento e só você sabe o que pode te fazer bem nele. Para mim, é muito ligado ao amor próprio: eu amo me cuidar e passar meus creminhos, ter os meus momentos… Acho que é a hora em que eu me sinto mais linda.

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