carro/ônibus olhando para uma paisagem muito instigante – e muito particular: o interior dos apartamentos dos outros. Aliás, talvez essa seja a mais remota lembrança que tenho a respeito desse meu apego à decoração. O fato é que meu coração sempre teve uma queda por essas casas lindas, possíveis e pé no chão. E não tô falando
de casa de revista não, longe disso. Não tô falando de
casa que se mostra. Tô falando de casa que se mora.
(As fotos são quase sempre feitas em Brasília, cidade onde vivo. Quem achar que a casa merece ser fotografada manda um email para [email protected]. Se você não for de Brasília, mande umas
fotos bacanas da sua casa!)
futura mãe já está desenhando
na cabeça os traços do quarto que irá receber o filhote. Aquele quarto de bebê calmo, cheio de tons pastéis, imagens fofas e organização. Daí a mãe faz um
grande investimento em decoração e
realiza o sonho do quarto perfeito. Mas não
se dá conta que, em um piscar de olhos (literalmente), o bebê crescerá e se tornará uma criança vivendo no meio
daquele ambiente “hostil”. Falta cor,
espaço para a bagunça, criatividade. Essa história
aconteceu comigo (meu filho teve um quarto verde água de bichinhos da floresta que se transformou num quarto
maluco de todas as cores, com
super-heróis, mapas, dinossauros…) e acontece, acreditem, nas melhores famílias. Ninguém avisa a coitada da
grávida: “ei, não invista toda essa grana
em um quarto que só vai fazer sentido nos primeiros
12 meses de vida do bebê”. Claro que não é uma regra, mas poucos quartos de bebê comportam o universo
mirabolante da infância e, fazer um novo
projeto de decoração, muitas vezes, não é financeiramente
viável. Mas tudo tem solução. Não tem que raspar a poupança ou se endividar pra fazer essa transição
decorativa. Com a ajuda do rebento e de
boas ideias, dá pra transformar o quartinho tom pastel em um quarto vibrante, divertido e com a cara da imaginação do
seu filho.
Nesse clima “hand made” que a Tarsila, nossa primeira convidada da coluna, transformou o quartinho dos filhos Samuel, 3 anos, e Lívia, 2 anos, em um mosaico de cores, ideias, brinquedos e criatividade. Ela teve a sacada de não pesar a mão no clima “quarto de bebê” e já recebeu os filhos recém nascidos em um espaço neutro, que se adaptou às transformações inerentes à infância. Ou seja, sem precisar reformar, redecorar ou gastar grana, o quarto passou lindamente por todas as fases dos guris.
Ficha técnica “Inspirando”:
Tarsila, 29, responde:
Quem vive ali: Tarsila Cruz, o marido Cristiano Mariz, e os pequenos Samuel e Lívia.
O que faz: Tarsila é jornalista e empresária. Ele é um super fotógrafo.
Definição do espaço: “Pensei em um espaço não estático, para que toda vez que precisasse mudar, fosse possível. É um espaço criativo e que permite que a criança também colabore com a decoração, que permite a criação sempre”
Peça favorita: “Gosto da parede colorida. A grande maioria dos objetos pendurados foi presente! E ter conseguido expor tudo junto de uma maneira maluca e engraçada, foi um modo de deixar o lugar com um carinho especial.”
Ainda falta: “Queria uma colcha de retalhos neutra nas caminhas deles. Almofadas apaixonantes e uma estante de parede para expor os livrinhos.”
Inspiração: “No kitsch. Uma coisa meio maluca. Sempre olho os blogs e
filtro as boas ideias.”
Dica: “Montar aos poucos. Não se afobar. O ambiente vai se formando com o tempo, não de uma vez. Com o tempo o quarto ganha mais personalidade. Lá, cada objeto tem uma história, cada quadro. As crianças valorizam isso.”
Samuel, 3 anos, e Lívia, 2, respondem:
Peça preferida: Para Samuel, a caixa de brinquedos no pé da cama. Para Lívia, o adesivo de árvores e o criado mudo com as fotos da família.
Ainda falta: Samuel gostaria que o quarto tivesse um espaço extra para montar um minizoológico com um hipopótamo, um urso “colar” e uma pantera negra. Lívia acha que falta ali um pula-pula rosa.