“São as águas de março fechando o verão…” … e trazendo novos ares aqui pra casa também. Depois de 2 verões, quem se despede da gente é a parede rosa. A casa pedia novas cores que combinassem com essa nova fase de 2.
Sei que não faz o menor sentido, mas tem sido interessante pensar num colorido “que homem goste”. Porque, no geral, ser “colorido” no gosto deles é fazer uma mistura que transita entre o marrom, o branco, o preto, o cinza e, quando ousados, o azul. É assim aí também?
Pois tem leitora que me conta que o marido faz até “cota para colorido” em casa. Nesses casos, a coitada tem direito a 2 almofadas estampadas, ou 1 tapetinho florido, ou a parede cereja da sala e olhe lá! Tem que escolher 1 opção e “lamber os beiços”, tadinha.
Mas a verdade é que dá pra abrir mão das cores de moça, vai… O que não dá é pra ficar sem um colorido. A saída? Conciliar. Aqui, ele escolhe as cores. E eu, o que fazer com elas. Vida que segue colorida e sem conflito.
Mas antes de mostrar o resultado, preciso fazer o maior parênteses da história desse blog: agora eu tô toda toda porque costuro, né? 🙂
Cá pra nós… se eu soubesse que costurar era tão delicioso, eu teria começado nessa vida muito antes! Finalmente eu aprendi a costurar! A máquina nova? Ih, é uma longa história: a máquina não é nova, sempre esteve aqui, fica dentro da mesinha amarela da sala.
O meu mais novo xodó é uma Singer modelo 15-89 de 1938 que perteceu à minha tia avó Juracy – mas só a chamávamos de Dindimba. Desde que me mudei para cá, trouxe de presente o gabinete da máquina para fazer de aparador. Por 1 ano e meio ela esteve aqui embrulhada, desenganada e eu cega, mergulhada nos planos de comprar uma máquina “fácil de mexer para iniciantes”. Um belo dia, me deu o estalo e pensei: “que máquinha nova que nada”… subi na escada, resgatei o pedal lá no alto do armário, abri a máquina, sacudi a poeira, pluguei na tomada e – juro – foi lindo: a máquina acendeu sua lampadinha e funcionou lindamente, como se me desse um “Oi, cordei, cadê costura?“, depois de décadas sem uso.
E era aí, dentro dessa mesinha amarela, que a máquina adormecia até me conquistar de vez e ganhar vida novamente.