Certo dia, um leitor deixou o seguinte comentário por essas bandas:
“Gostar dessa simplicidade toda quando se é pobre é fácil. Quero ver se você fosse rica se você ia achar esse lixo lindo. Ia comprar tudo do bom e do melhor”.
Um tanto indigesto, vai… Pois foi o que cheguei a pensar por alguns segundos, enquanto bolava uma resposta. Em seguida, a avoada aqui já tava viajando em como seria a casa, na prática, se eu ficasse rica da noite pro dia. Sabe quando você era criança e brincava de “como seria se eu ganhasse na loteria”? Pois sim. Tapete de urso… lareira… escadaria… video-game gigante… bebedouro de Coca-Cola… sofá que faz curva… um home theater de primeira. E hoje? Ainda é isso? Passou longe, pelo menos pra mim. Engraçado como a “casa de loteria” da sua infância é bem diferente da de hoje, pensa só. Uma coisa é certa: o dinheiro traria mais conforto, mais espaço, mais amigos e mais cor. Afinal, rico que é rico não tem medo de colorir, penso eu. Se pinta hoje de azul, mês que vem pinta da próxima cor favorita. A gente que tem o dinheiro suado que tem esse medo do “e se eu enjoar?”. Rico tem isso não.
E falo mais: simplicidade e riqueza podem, sim, andar juntas, por quê não? Se eu fosse rica, rica de marré deci, minha casa ainda assim seria simples e colorida, com toda a certeza. A única coisa que eu não posso garantir é uma casa coesa. Afinal, depois de tanto tempo de dureza sonhando com os desejinhos decorativos, ia ser difícil não querer colocar todos em prática.
Confesso: correria sérios riscos de um deslumbramento do tudo-ao-mesmo-tempo-agora. A emergente e seus milhares de desejos decorativos adquiridos nessa internet, viu… Ryca então, ah, ninguém segura! Quer brincar comigo? Eu começo!
Se eu fosse rica eu teria…