Sagrado

por Pâmela Filipini*

A minha própria prece
sou eu
os móveis, as paredes
[a flor no vasinho
e o barulho da chuva
[me rezam
[…] Há algo de sagrado
em ser sozinha.

Sou *PÂMELA FILIPINI (P.F. Filipini), nasci em Rolim de Moura, no interior de Rondônia, em 1994. Cultivo solidão e me planto ao silêncio para sobreviver, esta é toda a minha costura de compreensão. A solidão e a ternura são os pilares dos meus escritos, gosto de evidenciar a miséria, dessa busca pelo átomo das coisas, sua intimidade, o pequeno afeto encolhido dentro do monstro, afinal, todos somos um pouco monstros. Publiquei dois livros, o Folhas dos ossos ou o tratado das coisas insignificantes (Patuá, SP, 2017) e Ensaio sobre a geografia dos cernes (Temas Originais, Portugal, 2017). Um terceiro livro de poesia, já terminado, espera na gaveta pelo meu amadurecimento para ser reescrito e, atualmente, trabalho numa prosa poética sobre duas mulheres lésbicas.